Mudei de casa à varios meses já, no entanto agora que tenho usado mais o comércio da zona tenho reparado na peculiar fauna feminina que abunda nos serviços e lojas da área envolvente. Comecemos pela sra da padaria, uma esbelta jovem na casa dos 30's com 1,60 e 90kg que pura e simplesmente não consegue vender um pão ou um bolo sem mandar uma piada ou tentar ser engraçada. Já pra não falar que mesmo que uma pessoa quisesse rir nunca saberia para onde porque o estrabismo da jovem é tão divergente que ela tanto pode estar a olhar para o pão como para a porta que fica do outro lado da padaria ao mesmo tempo.
Subindo a rua temos a menina da farmácia. Jovem de 20's e muitos, 1,65 e 40 kg com aspecto de sonolência mantido desde a nascença e que vai buscar medicação a uma velocidade tão estonteante que quando ela volta a doença já passou de aguda a crónica. Não falando também que só alguém que saiba ler lábios percebe o que ela diz.
Para finalizar a virgem do posto dos Correios. Mulher elegante de 1,70 e uns 60kg, com uma voz nasalada sensual, com picos de agudos perfeitos, de deixar qualquer timpano em brasa e que nos atende com uma solicitação tão grande que para mim ela anda em côrte o dia todo daí eu achar que ela é virgem. Isso ou o facto de ela andar sempre de calças pelo menos 20cm acima do umbigo.
Tenho planos de futuro de conhecer a senhora da mercearia e o seu fantástico bigode, a jovem da papelaria e as jovens do talho (meninas que devem estar sempre habituadas a mexer na chicha).
terça-feira, julho 8
"A minha próxima vida" de Woody Allen
Na minha próxima vida quero vivê-la de trás para a frente. Começar
morto para despachar logo esse assunto. Depois acordar num lar de
idosos e sentir-me melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque
estou demasiado saudável, ir receber a pensão e começar a trabalhar,
receber logo um relógio de ouro no primeiro dia. Trabalhar 40 anos até
ser novo o suficiente para gozar a reforma. Divertir-me, embebedar-me
e ser de uma forma geral promíscuo, e depois estar pronto para o
liceu. Em seguida a primária, fica-se criança e brinca-se. Não temos
responsabilidades e ficamos um bébé até nascermos. Por fim, passamos 9
meses a flutuar num spa de luxo com aquecimento central, serviço de
quartos à descrição e um quarto maior de dia para dia e depois Voila!
Acaba como um orgasmo! I rest my case.
morto para despachar logo esse assunto. Depois acordar num lar de
idosos e sentir-me melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque
estou demasiado saudável, ir receber a pensão e começar a trabalhar,
receber logo um relógio de ouro no primeiro dia. Trabalhar 40 anos até
ser novo o suficiente para gozar a reforma. Divertir-me, embebedar-me
e ser de uma forma geral promíscuo, e depois estar pronto para o
liceu. Em seguida a primária, fica-se criança e brinca-se. Não temos
responsabilidades e ficamos um bébé até nascermos. Por fim, passamos 9
meses a flutuar num spa de luxo com aquecimento central, serviço de
quartos à descrição e um quarto maior de dia para dia e depois Voila!
Acaba como um orgasmo! I rest my case.
quinta-feira, julho 3
Penso que tá tudo dito.
O jornalista João Miguel Tavares do Jornal DN escreveu isto numa crónica de opinião. Penso que diz tudo.
Os clubes têm-se profissionalizado, a Liga está a fazer um esforço de transparência - mas para o futebol português a civilização ainda é um lugar distante. E por isso, toda a gente acaba por atribuir uma espécie de "desconto moral" a quem se move no mundo da bola, aceitando-se um bocadinho menos de honestidade e um bocadinho mais de baixaria. Só assim se explica que Jorge Nuno Pinto da Costa tenha sido considerado culpado de actos de corrupção pela Comissão Disciplinar da Liga de Clubes mas ninguém se tenha atrevido a questionar a sua continuidade à frente da SAD do FC Porto. Sabe-se que durante dois anos não se vai poder sentar no banco da equipa nem assinar contratos, mas propor a demissão de sua santidade para preservar a imagem do Porto seria sacrilégio digno de lapidação na praça pública.
O DN ouviu na quinta-feira Guilherme Aguiar sobre o papel que Pinto da Costa pode vir a desempenhar na SAD, e o ex-dirigente do FC Porto foi claríssimo: "Esta é uma suspensão de actividade igual às que se destinam aos jogadores quando são suspensos por um ou dois jogos. Não podem jogar, mas podem treinar." E quanto aos 50 mil euros que ele recebe mensalmente? É para pagar: "Os jogadores também continuam a receber." Ora aqui está uma bela comparação. Para Guilherme Aguiar, corromper um árbitro é assim como enfiar uma canelada num adversário, ir para a rua, e ficar uns jogos de fora. Um acidente de percurso, portanto. Uma entrada violenta, no máximo. Coisas do futebol.
Suponho que a maior parte dos sócios do Porto considere uma de duas coisas. 1) Que tudo isto não passa de uma cabala contra o líder dos dragões patrocinada pelo Benfica. 2) Que as actividades ilícitas do seu presidente são apenas mais uma manifestação de inabalável portismo. Afinal, Pinto da Costa e o FC Porto confundem. Mas a complacência com a corrupção é um espinho que infecta todo o futebol português. A verdade é que ninguém realmente acredita que a viciação de resultados tenha começado na época de 2003/2004. Aliás, pagar para ajudar o Porto em 2004 - para quem não se recorda, a época áurea de José Mourinho, que acabou com a conquista da Taça dos Campeões - é tão absurdo quanto Francis Obikwelu subornar um coxo para lhe conseguir ganhar numa corrida de 100 metros. Simplesmente, quando é longa e vasta a tradição de trafulhice, os maus hábitos custam a morrer. E nesse singular ecossistema chamado f utebol, ainda há quem ache que corromper é apenas uma forma - um pouco atrevida, vá lá - de manifestar o amor a um clube. Em vez de se enrolar um cachecol ao pescoço de um adepto, enrola-se uma prostituta ao pescoço de um árbitro. Faz alguma diferença? Se Pinto da Costa se mantiver à frente do FC Porto é porque, lá no fundo, no fundo, não faz.
Os clubes têm-se profissionalizado, a Liga está a fazer um esforço de transparência - mas para o futebol português a civilização ainda é um lugar distante. E por isso, toda a gente acaba por atribuir uma espécie de "desconto moral" a quem se move no mundo da bola, aceitando-se um bocadinho menos de honestidade e um bocadinho mais de baixaria. Só assim se explica que Jorge Nuno Pinto da Costa tenha sido considerado culpado de actos de corrupção pela Comissão Disciplinar da Liga de Clubes mas ninguém se tenha atrevido a questionar a sua continuidade à frente da SAD do FC Porto. Sabe-se que durante dois anos não se vai poder sentar no banco da equipa nem assinar contratos, mas propor a demissão de sua santidade para preservar a imagem do Porto seria sacrilégio digno de lapidação na praça pública.
O DN ouviu na quinta-feira Guilherme Aguiar sobre o papel que Pinto da Costa pode vir a desempenhar na SAD, e o ex-dirigente do FC Porto foi claríssimo: "Esta é uma suspensão de actividade igual às que se destinam aos jogadores quando são suspensos por um ou dois jogos. Não podem jogar, mas podem treinar." E quanto aos 50 mil euros que ele recebe mensalmente? É para pagar: "Os jogadores também continuam a receber." Ora aqui está uma bela comparação. Para Guilherme Aguiar, corromper um árbitro é assim como enfiar uma canelada num adversário, ir para a rua, e ficar uns jogos de fora. Um acidente de percurso, portanto. Uma entrada violenta, no máximo. Coisas do futebol.
Suponho que a maior parte dos sócios do Porto considere uma de duas coisas. 1) Que tudo isto não passa de uma cabala contra o líder dos dragões patrocinada pelo Benfica. 2) Que as actividades ilícitas do seu presidente são apenas mais uma manifestação de inabalável portismo. Afinal, Pinto da Costa e o FC Porto confundem. Mas a complacência com a corrupção é um espinho que infecta todo o futebol português. A verdade é que ninguém realmente acredita que a viciação de resultados tenha começado na época de 2003/2004. Aliás, pagar para ajudar o Porto em 2004 - para quem não se recorda, a época áurea de José Mourinho, que acabou com a conquista da Taça dos Campeões - é tão absurdo quanto Francis Obikwelu subornar um coxo para lhe conseguir ganhar numa corrida de 100 metros. Simplesmente, quando é longa e vasta a tradição de trafulhice, os maus hábitos custam a morrer. E nesse singular ecossistema chamado f utebol, ainda há quem ache que corromper é apenas uma forma - um pouco atrevida, vá lá - de manifestar o amor a um clube. Em vez de se enrolar um cachecol ao pescoço de um adepto, enrola-se uma prostituta ao pescoço de um árbitro. Faz alguma diferença? Se Pinto da Costa se mantiver à frente do FC Porto é porque, lá no fundo, no fundo, não faz.
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